I see a lot of humans but no humanity

Hoje, no caminho pra casa, vi uma menina com uma camiseta com a frase do título. Eu vejo muitos humanos, mas nenhuma humanidade.

A cada dia, essa frase ganha mais força. Imagino quando ela será 100% verdadeira.

Tenho pena das modelos

Me veio este pensamento e acho que vale a pena deixá-lo anotado.

Estava navegando a esmo e vendo umas fotos de ensaios fotográficos de modelos e pensei o seguinte: como deve ser frustrante pra essas mulheres se verem nas fotos ensaios finais, quando elas passam por um pesado processamento no Photoshop. Deve ser como ver uma versão melhorada de você mesmo, mas uma versão que provavelmente você nunca irá alcançar, um seu "eu" impossível e melhorado.

Tem gente com cabeça de vento (tipo deslumbradas ex-bbbs) que deve até sentir orgulho vendo os próprios corpos re-esculpidos pelo computador. Mas para aquelas não tiveram o cérebro fritado, deve ser frustrante.

E sinto mais pena ainda daquelas que tentam se enganar, vivendo num mundo de fantasia, onde os olhos somente enxergam aqueles pixels adulterados. Tipo esta mulher lamentável, que acabei de lembrar.

Tomando soro no banheiro do shopping

Fato: os shopping centers são hoje o que a igreja já foi há muitos anos atrás: o ponto de encontro da cidade, onde todos vão se socializar, mesmo que não façam nada daquilo que o lugar propõe (nem rezar outrora, nem comprar atualmente). As pessoas vão para lá só para passear mesmo, o que eu realmente acho uma coisa triste, especialmente quando parques são tão melhores para isso.

Mas não vou falar mal de shoppings (sem o center, já estamos bem íntimos pra podermos nos tratar pelo primeiro nome). Até porque eu mesmo vou muito para estes locais, apesar de sempre ter um objetivo definido. Quase sempre, direto para os multiplexes de cinema com seus copos de meio litro de refrigerante e pipoca quentinha.

Na verdade, nem quero falar dos shoppings em si, mas de coisas que a gente vê ali. Ou escuta.

Por exemplo, outro dia estava eu ali no shopping, fui no banheiro jogar angry birds. O banheiro estava meio vazio, e eu pude ouvir claramente a conversa de um outro rapaz que estava ali dentro, no celular:

- Não, amor, o médico queria fazer a cirurgia hoje, mas eu disse que não ia dar, que é melhor esperar.

(Eu pensando: quem será que deve estar mal assim?)

- Não se preocupa, mais tarde eu passo aí.

(Ok... deixa eu ver se consigo três estrelas nesta fase...)

- Agora não vai dar, tô tomando soro.

(Epa, como assim, o cara veio pro shopping com soro na veia? Lembrem-se que eu não vi o rapaz, já que estava no meu gabinete fechado, só ouvia.)

- É, a enfermeira já está aqui, pra aplicar o soro.

(Ah, que caô...)

- Não, olha, vou ter que desligar logo, a enfermeira já tá aqui pra colocar o soro.

(Olha q fdp, deixando a provável namorada preocupada pra ir saracotear no shopping... Admito que pensei na hora em fazer algum barulho ou falar alto denunciando não estarmos num hospital, mas resolvi não me meter. Afinal, quem me garante que a mina não faz coisa parecida também? Tem casal que se merece.)

- Tchau, beijo, beijo.

É, tem cada coisa que a gente presencia...

E não consegui nenhuma estrela a mais naquele dia.
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