Pode cumprimentar que eu não mordo

Isso vai ser um recorde, dois posts no mesmo dia neste blog...

Bem, aconteceu enquanto eu esperava o maldito ônibus que não peguei. Estava eu de pé em um canto da casinha do ponto de ônibus, quando passa por mim uma bela mulher. Que eu admito, demorei uns segundos pra reconhecer que era a menina do cinema (só digo uma coisa: como um uniforme transforma uma pessoa). Bem, pra relembrar rapidamente, era uma garota que sempre me cumprimentava e que um dia, eu chamei pra sair sem sucesso, obviamente, ou não estaria até hoje perdendo tempo escrevendo blog.

Bem, depois desses segundos que demorei pra reconhecê-la, olhei pra ela, esperando pra cumprimentá-la. Um oi, nada demais. Até comecei a esboçar um sorriso pra dizer 'oi', mas aí ela simplesmente vira a cara. Fiquei com cara de tacho, obviamente.

Teria ela não me reconhecido? Não, essa hipótese é muito improvável. A vantagem de ser feio como eu é que isso acaba sendo marcante. Talvez não no bom sentido, mas, como dizem os publicitários (aliás, parabéns pelo dia de hoje), "falem mal, mas falem de mim".

Teria ela não me visto? Não creio, já que ela passou bem na minha frente. Se bem que sempre tem a remota hipótese da pessoa estar com a cabeça na lua. Mas não foi o que me pareceu.

A minha conclusão, e eu posso estar errado (ou não), é que ela escolheu me ignorar, talvez pra evitar aquele momento esquisito ou sei lá. Quer dizer, pra ela, porque pra mim não.

Talvez ela pensasse que me cumprimentando eu interpretaria errado, como se ela estivesse dando mole pra mim, e eu me jogasse em cima dela com uma fúria animal, rasgando sua roupa num gesto de luxúria desenfreada. Talvez, mulheres pensam muita coisa esquisita.

O problema é que, de certa maneira, eu entendo esse dilema feminino. Note bem, homens não são os seres mais talentosos em decifrar os milhares de sinais não verbais que a mulher emite, especialmente se o sinal de 'oi eu sou simpática' e o sinal 'oi eu quero dar pra você' são diferentes apenas com um milésimo de sutileza. Então, o que o troglodita faz é interpretar todos os sinais como 'oba ela quer me dar', o que nem sempre é o caso. E fazendo isso, deixa a mulher calejada, preferindo nem dar um 'oi' pra não ser mal interpretada.

Bem, esse problema é tão insolúvel quanto tentar provar que P = NP (se você não entendeu, não procure entender), por isso não perderei mais tempo nele.

O fato é que eu também sou péssimo em observar esses sinais não verbais. Pelo menos se eles se dirigirem a mim. Então, eu interpreto todos os sinais com o menor denominador comum, ou seja, sempre como 'oi eu sou legal'. Por isso, se algum dia você me ver por aí (até parece, quem eu estou enganando?), pode me cumprimentar. Eu não mordo. No máximo estendo o dedo médio, mas isso não machuca ninguém (bem, talvez o ego de alguém muito sensível).

A dura vida de quem pega ônibus

Hoje, meu último dia de férias, fui pegar um cinema a tarde. Que sensação boa de ir no cinema no meio da tarde em um dia de semana. O chato é que, saindo do shopping, estava chovendo.

Do shopping até a minha casa, geralmente leva uns 30 minutos andando. Eu, pessoa desprovida de veículo automotor, resolvi pegar um ônibus que, se não me deixa em frente de casa, pelo menos economiza uns 15 minutos de caminhada, que seriam 15 minutos a menos de água na cabeça.

Pois fiquei no ponto esperando o ônibus. E passa um, passa outro, mais outro, e nenhum da linha que eu pegaria. E passa 5, 10, 15, 20 minutos... Depois de 35 minutos, nada ainda. A chuva diminuiu um pouco de intensidade e eu resolvi voltar a pé mesmo.

Eis que, depois de andar umas duas quadras, estou esperando o sinal abrir pra atravessar a avenida. Só de sacanagem olho pra trás, certo de que o ônibus que eu queria pegar estava chegando no ponto. Claro, porque basta a gente sair do ponto, ou ir correndo pra ele, que o nosso ônibus passa (e nem dá um tchauzinho).

Me senti num episódio do Bob Esponja:

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